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Resenha: Happier Than Ever - Billie Eilish

  • Foto do escritor: Giulia Freitas
    Giulia Freitas
  • 27 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

O segundo álbum de estúdio da cantora americana traz uma mistura de gêneros e temáticas sensíveis, mas muito bem trabalhadas.


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Reprodução/Instagram

No último mês de julho, Billie Eilish provou mais uma vez ao que veio com seu segundo álbum de estúdio “Happier Than Ever”. Saindo do óbvio mas ainda mantendo suas temáticas sensíveis e a experimentação musical, a cantora não falha as altas expectativas do público ao narrar os pesares de sua ascensão na indústria.

Repetindo - e acertando - a produção e co-composição do irmão Finneas O’Connell, o disco eleva a influência do jazz ao protagonismo e coloca o trap, antigo astro das canções de Billie como coadjuvante, aparecendo de forma mais discreta. A própria artista já havia citado a inspiração vinda de grandes nomes como Frank Sinatra e Julie London. Se lembrarmos bem, o ritmo foi essencial para formação de nossa bossa nova, e assim, é possível apontar até uma pontada de brasilidade na canção que leva o nome de “Billie Bossa Nova”.

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Reprodução

O título do álbum pode sugerir felicidade, mas a ironia fica evidente desde a própria capa que mostra lágrimas num rosto expressivo de Billie. A faixa número 1, “Getting Older”, dá início a uma sequência de melodias e letras melancólicas e desconfortáveis. A música é uma confissão de uma jovem que cresce, evolui, mas não num mundo ideal. Perdendo o prazer naquilo que mais ama, ela mostra que sua fama não é um mar de rosas como a audiência tende a acreditar.

“Oxytocin” é uma fácil aposta para se tornar mais um hit. Com graves e batidas eletrônicas que remetem ao maior single da cantora, “Bad Guy”, a música tem semelhante potencial ao sucesso e ainda deixa um gostinho nostálgico para quem amou “When We Fall Asleep, Where Do We Go?” (2019). Tudo isso sem se afastar da temática geral intencionalmente incômoda do álbum, considerando que a letra pode ser interpretada pela visão de um abusador. Questão que também aparece em “Your Power”, sobre abuso emocional e físico de homens com meninas mais jovens.

O trabalho de Finneas e Billie se mantém desde o álbum anterior quanto a experimentação. A dupla mistura gêneros e consegue multiplicar as sensações de quem ouve essas combinações. Seguindo a calmaria do piano de “Halley’s Comet”, o produtor cria uma atmosfera espacial. Já “Happier Than Ever”, uma música tranquila levada por voz e violão, se transforma em um crescente com a aparição do rock alternativo, literalmente elevando o nível da canção. Não é à toa que o single se tornou um sucesso em “trends” do aplicativo TikTok.

Um tema infelizmente comum do cotidiano de celebridades é o assédio e objetificação vindos da mídia e do público. Os assuntos foram tratados por Billie em “Not My Responsability”, uma canção falada, e em “Overheated”. “Nada do que eu faço passa despercebido.” “É novidade para quem? Que eu me pareço exatamente como o resto de vocês.”

O álbum “Happier Than Ever” é uma forte aposta da crítica para grandes premiações como o Grammys Award, ressaltando também Finneas O’Connell, que já levou o prêmio de “Melhor Produtor” em 2020. Lembrando que naquele ano, prestes a ganhar a principal categoria do evento, a cantora sussurrou “Que não seja eu”. Pois enquanto a fama estrondosa de Billie Eilish parece um sonho para muitos, a artista confessa todos os aspectos negativos de sua ascensão e seu crescimento pessoal, sem poupar palavras ou melodias. Ela deixa claro que o sucesso não significa pura felicidade. Ela não está mais feliz do que nunca.


 
 
 

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