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Seja bem-vindo ao disco 'Casa Francisco'

  • Foto do escritor: Nara Faria
    Nara Faria
  • 22 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Em seu novo projeto, a Francisco, El Hombre convida seu público para uma visita às origens da banda



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Reprodução/Instagram


No dia 21 de outubro, a banda Francisco, el Hombre lançou o disco 'Casa Francisco', um marco que inicia nova (velha) era do grupo. A partir de agora eles deixam para trás a sonoridade eletrizante de juntar punk, batidas eletrônicas e sonoridades latinas, que encontramos nos álbuns 'Soltasbruxas' e 'RASGACABEZA', para dar espaço para suas origens orgânicas ligadas ao folk. As questões políticas, antes tão presentes nas letras do grupo, também ficam de fora dessa vez.

Este novo disco vem em direção contrária a retomada da vida fora de casa que estamos vivendo, mas nasce sob uma premissa muito interessante. Desde o dia 2 de outubro, os integrantes da banda ficaram isolados em uma casa "no meio do nada", compartilhando um pouco de suas vidas em um reality show que recebe o mesmo nome do disco.


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Reprodução/Instagram

Em meio a tudo isso, este novo projeto nasce com uma sonoridade acolhedora que funciona quase como um "seja bem-vindo de volta a casa". Com dez faixas, o álbum é capaz de transportar o ouvinte para aquela tarde no quintal da avó, da chuva que tomou quando criança e da importância de viver o agora. Estes aspectos são muito importantes e presentes nesta retomada "pós-pandemia", é como se fosse um gostinho da esperança de viver bons momentos mais uma vez.

O disco pode ser separado em três partes, estas divididas por uma transição. Tudo começa com o descobrimento da liberdade, do risco, da adrenalina de poder viver e das paixões. É sobre isso que as primeiras três faixas falam. Em Loucura, Coração Acorda e Ocê, a banda relembra a importância de se aventurar.

As faixas 'Pele Velha' e 'Olha a Chuva', esta última em parceria com a cantora e poetisa brasileira Dona Odete, são a ponte para a próxima parte do álbum. Nesta dobradinha musical, a banda usa situações cotidianas como correr para tirar a roupa do varal quando começa a chover e a ecdise dos animais, para representar a caoticidade daquilo que é inesperado, que muda os planos e nos força a procurar novas alternativas.

'Arbolito' é uma das duas músicas em espanhol presente no disco e faz parte de exaltação das raízes, do passado e da história. O fato dessas duas músicas serem em outra língua é parte importante deste aspecto de melancolia e memória, porque expressam a importância da origem da banda, inicialmente formada pelos dois irmãos mexicanos naturalizados brasileiros, Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte.

A próxima faixa de transição é 'Arrasta' e seus versos falam por si só: "Eu agradeço a memorabilia do tempo; Percebendo os meus apegos, espano a poeira no ar/ Reorganizo as coisas do meu quartinho/ Abro a mão desse passado para energia circular".

Por fim, a banda encerra com 'Solo Muere El Que Se Olvida' e 'Nada Conterá a Primavera', duas músicas que falam sobre resistência e lembram que após a tempestade, nada impedirá o campo de florescer.

A 'Casa Francisco' é, segundo a banda, o disco mais Francisco, El Hombre da carreira deles, nem tanto pelas letras ou sonoridade, mas por representar aquilo que fez com que eles chegassem até aqui. De portas abertas, os cinco integrantes convidam nos para conhecer o mais íntimo da banda, afinal, nenhum lugar é capaz de falar mais sobre o uma pessoa do que sua própria casa.


 
 
 

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